terça-feira, 1 de setembro de 2009

Odontologia no SUS


A odontologia pública tem uma grande demanda como não poderia deixar de ser e tem preocupação social. Neste contexto os departamentos odontológicos devem se preocupar com a imagem que o povo e governos fazem dele, pois é a partir desta construção positiva que se pleiteiam investimentos no setor e possibilita, ainda, a dinamização do alcance dos benefícios da prevenção aos estudantes.

A existência de programas de prevenção em saúde bucal é fundamental por as escolas permitirem o encontro da equipe com um maior número de alunos ao mesmo tempo e torna possível trabalhar a consciência aliada a técnicas de higiene que quase sempre são permeadas por muita criatividade e empenho. É possível, ainda, o preparo do corpo docente para multiplicar as ações quando da ausência dos técnicos odontológicos. Os levantamentos epidemiológicos são ferramentas importantes para efeito de pesquisas sobre a saúde bucal dos estudantes, mas é necessário a verificação de não existência de controvérsias entre o programa preventivo-clínico existente no período e os resultados acusados.

A quantidade de procedimentos e atendimentos clínicos é diretamente proporcional ao número de cirurgiões-dentistas existentes, a quantidade de auxiliares e à estrutura física presente. A população aumenta a cada ano e, assim, consequentemente deve-se também aumentar proporcionalmente o número de profissionais públicos e com eles, caso necessário, o espaço físico e equipamentos.

A relação entre prevenção e atendimento clínico deve ser observada. O sucesso da prevenção corretamente aplicada deve reduzir com o tempo o atendimento clínico, mas ela por si só não atende integralmente as necessidades nem tampouco os tratamentos isoladamente.

A desmotivação em toda a equipe pode existir caso ela perceba ou desconfie dos caminhos que não conduzem à melhora da saúde bucal pela falta de programação, inexistência de investimentos, atividades preventivas ineficazes e desinteresse governamental. É necessário programar, sistematizar metas mensais e anuais e, principalmente, motivar a equipe com esses bons resultados e/ou bom trabalho para que ela a cada dia busque mais. A procura por investimentos orçamentários desde a compra de produtos de consumo até a contratação de profissionais no atendimento e melhores resultados na prevenção devem ser focados.

O alcance de bons resultados é conseguido, então, no programar e informar a todos envolvidos o que se busca e onde se pretende chegar e a importância de cada um no contexto da saúde pública. Claro que antes está a construção de um programa de atendimento clínico-preventivo adequado à realidade populacional naquele momento e apoiado pelos gestores, pois os programas devem ser dinâmicos.

Forma-se, assim, um ciclo onde todos são importantes: A população percebe a seriedade da odontologia e sua importância para a saúde, os governos que passam a investir tanto nos aspectos físicos quanto de recursos humanos por perceberem uma necessidade social possível de ser atendida contando inclusive com apoio da União, a equipe de profissionais que se sentirá revestida de metas viáveis e possíveis de alcance e reconhecida pela administração, professores que ao perceberem esta condução dinâmica se mostrarão mais motivados e, finalmente, o reflexo positivo na saúde bucal da população. A falência de qualquer um dos elementos constitutivos deste ciclo conduz ao fracasso da odontologia pública.