sexta-feira, 24 de julho de 2009

Respiração bucal


A respiração é a primeira função desenvolvida por ocasião do nascimento, estabelecendo-se como função vital do organismo.O seu desequilíbrio pode causar alterações em diversos órgãos e sistemas, pois somente as cavidades nasais possuem condições perfeitas para filtrar partículas e microorganismos do ar e fazer com que ele chegue aos pulmões na temperatura ideal favorecendo o organismo com uma excelente oxigenação.
A impossibilidade de respirar pelo nariz leva o paciente a desenvolver uma respiração bucal e que pode gerar efeitos adversos no desenvolvimento facial e no posicionamento dentário. Isso porque o desenvolvimento ósseo se encontra em estreita relação com uma adequada função. Qualquer modificação no mecanismo funcional poderá alterar o equilíbrio levando a desvios e conseqüentes deformações.
A causa mais comum da respiração bucal é a obstrução das vias respiratórias. Muitos são os fatores que podem impedir parcial ou totalmente o fluxo normal pelas vias aéreas superiores entre eles podem citar: Desvio de septo nasal, hipertrofia dos cornetos, rinite alérgica, hipertrofia das amígdalas, hipertrofia das adenóides, atresia das coanas, pólipos nasais.
Sinais e Sintomas
Características faciais: face alongada e estreita; olhos caídos; olheiras profundas; sulco naso-labial profundo; nariz pequeno com a pirâmide óssea excessivamente alargada; boca entreaberta; lábios ressecados; lábio inferior volumoso, hipotônico, evertido e lábio superior curto.
Características intrabucais: Maxila pouco desenvolvida com os dentes incisivos protruídos e desarmonias oclusais que inclui apinhamentos, mordida aberta, mordida cruzada posterior; língua baixa e volumosa e mucosa ressecada podendo apresentar uma gengivite anterior marginal.
Desvios posturais: cabeça projetada para frente; ombros com rotação dianteira.
Alterações torácicas: tórax estreito; anéis costais salientes e moderada cifose dorsal.
Alterações psíquicas: incapacidade de atender ou fixar atenção, diminuição da memória, inaptidão ao trabalho e esportes e baixo rendimento escolar. O perfil das crianças respiradoras bucais mostra fragilidade de personalidade que repercute na escola e na família.
Tratamento
O tratamento da respiração bucal será mais bem sucedido quanto mais cedo se intervir devido aos seus efeitos deletérios durante o processo do crescimento facial.
Além de remover a causa direta da respiração bucal o paciente deve ser submetido a uma reeducação da respiração e a readaptação da musculatura para que o problema não persista como um hábito residual.
Devem ser feitos exercícios para fortalecer toda a musculatura perioral objetivando o vedamento labial além de exercícios que tonifiquem os músculos elevadores da mandíbula. Em geral esses pacientes também apresentam deglutição atípica e posicionamento lingual e labial incorretos. Assim, torna-se evidente a necessidade de reeducação da deglutição e exercícios de dicção também podem ser requisitados.
Concomitante a readaptação muscular, o tratamento ortodôntico e/ou ortopédico deve ser realizado a fim de corrigir os problemas de oclusão presentes. Assim, o tratamento da síndrome da respiração bucal envolve profissionais de diversas áreas: Ortodontista/Odontopediatra, Otorrinolaringologista, Fonoaudiólogo e Fisioterapeutas.
Basedo em texto original de M L M Spinelli

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