sexta-feira, 24 de julho de 2009

Programas de Saúde Bucais Públicos:

A prevenção aliada ao atendimento clínico.
O atendimento clínico pela odontologia só se torna resolutivo se acompanhado por correta prevenção: Conduzem à saúde bucal. O paciente pode disponibilizar recursos financeiros necessários ao tratamento com cirurgião-dentista, mas se não seguir os critérios preventivos perde-se aquilo que fora feito ou surgem novas doenças. No Sistema Público o raciocínio também é válido e não se deve entender os programas de saúde bucal públicos como estáticos e inertes, mas sim como importantes mecanismos passíveis de reordenamento e reorganização a todo tempo.

Existe uma grande demanda reprimida de brasileiros carentes de atendimento odontológico curativo. Assim, cabe ao Estado dar a atenção a estes. Mas não cabe só ao governo propiciar a saúde bucal do povo, mas há de se ter envolvimento individual com os cuidados preventivos.

Creio que o que deve ser evitado no atendimento público odontológico é realizar o atendimento clínico de determinada pessoa e não propiciar a ela a higiene bucal supervisionada por no mínimo uma vez por dia e acompanhar estatisticamente a história bucal destes já tratados por no mínimo uma vez ao ano. Experiências existem de crianças de 12 anos atendidas na sua integralidade pelo setor público e que, infelizmente, ao completarem 20 ou 25 anos já usam próteses totais. Acreditaram que somente por se sentarem na cadeira odontológica do SUS e serem atendidos uma vez estariam imunes às doenças bucais e descuidaram totalmente de aspectos primitivos e fundamentais à saúde que é a higiene com escova, creme dental e fio. Mas, também existem estudantes que realizaram o tratamento público e que apresentam toda a dentição anos e anos mais tarde. Assim como também crianças que nunca foram atendidas pela odontologia curativa, mas pela preventiva apenas – pública ou particular – que não tem necessidade de atendimento clínico. Não apresentam as doenças bucais mais comuns. Apostaram apenas na prevenção e acertaram.

Um verdadeiro programa público de saúde bucal há de privilegiar a prevenção antes mesmo do atendimento clínico. Deve-se buscar a assimilação dos cuidados básicos em odontologia passíveis de realização doméstica e longe dos consultórios. Somente após esta inculturação é que deve ser implantado o tratamento clínico.

Os governantes acreditam, por serem leigos, que apenas obturações, selantes, extrações e “limpezas” atendem às necessidades do povo. Isto até dá voto, mas sozinho não resolve esta carência brasileira.

Há que se mudar a consciência dos políticos e do povo. Dos brasileiros para que entendam que antes de tratamento deve vir a prevenção. Dos agentes políticos para que busquem a resolução do problema de forma efetiva melhorando os índices de doenças bucais, planejando metas viáveis de alcance e mensuráveis para que sejam os resultados clínicos criticados a posterior e, principalmente, ofertar a prevenção em saúde bucal com investimentos na capacitação de pessoal e recursos para o trabalho de campo. Há de se privilegiar a prevenção em odontologia como ferramenta mais eficaz a qualquer programa de saúde bucal.

Deve-se, ainda, se questionar se realmente aquilo que está sendo realizado nas cadeiras odontológicas estão sendo conservados pelos pacientes e por quanto tempo. Em algumas cidades, creio, pode se estar realizando atendimentos com grande número de tratamentos concluídos, mas por falta de prevenção todo o investimento em pessoal, produtos e estrutura se perdem. Há que se mudar a dinâmica, caso se perceba que não está sendo resolutivo aquele programa.

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